Nos ecossistemas marinhos, os maiores vertebrados alimentam-se por filtração, o que lhes permite ter acesso a uma grande variedade de presas transportadas pelas correntes marinhas, correntes estas que, nas regiões costeiras, transportam também detritos flutuantes. Estes detritos resultam, principalmente, de macroalgas como o Sargassum.
Estes produtores primários têm sido encontrados no estômago e no intestino de um dos grandes animais filtradores, o tubarão-baleia, frequentemente avistado ao largo da ilha de Santa Maria. Com o objetivo de saber se estes animais têm uma dieta com uma componente significativa de produtores primários, foi efetuado o estudo seguinte:
− krill (pequenos crustáceos, semelhantes ao camarão, que fazem parte do zooplâncton);
− salpas (pequenos animais marinhos planctónicos filtradores);
− Sargassum (macroalga castanha) e Trichodesmium (cianobactéria filamentosa), ambos produtores.

Questão:
Identifique, de entre as afirmações relacionadas com os resultados experimentais, as três afirmações corretas.
Escreva, na folha de respostas, os números selecionados.
Comentários
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A Tabela 1 mostra-nos a quantidade de dois tipos de ácidos gordos polinsaturados (n-3 e n-6) em diferentes amostras: Valores altos: ++; Valores médios: +; Valores baixos: -; Valores muito baixos: --. O objetivo do estudo é perceber o que o tubarão-baleia come e o que ele consegue aproveitar (assimilar) dessa comida, comparando a composição dos ácidos gordos nas amostras de comida (Trichodesmium, Sargassum, Krill, Salpas) com as amostras do próprio tubarão-baleia (Derme e Fezes).
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Analisando cada afirmação: I) Olha para a Tabela 1: O Trichodesmium tem muito poucos ácidos gordos, especialmente o n-6. A derme do tubarão-baleia, por outro lado, tem muito n-6. Se o Trichodesmium fosse importante na dieta para o que vai para a derme, a derme também teria valores baixos de n-6, o que não acontece; II) Vês que a quantidade de n-6 varia muito entre os diferentes organismos. Alguns têm muito, outros têm pouco. Logo, os organismos não contribuem todos de igual modo com ácidos gordos; III) Se o Krill fosse a fonte principal assimilada (o que vai para a derme), esperaríamos que a derme do tubarão-baleia tivesse muito n-3 (como o Krill) e pouco n-6. No entanto, a derme tem pouco n-3 e muito n-6. A derme tem muito n-6, que é o mesmo que o Sargassum; IV) O Sargassum (uma alga) é muito rico em n-6. A derme do tubarão-baleia também é muito rica em n-6. As fezes (o que não foi digerido) têm pouco n-6. Isto sugere que o tubarão-baleia está a comer o Sargassum e a conseguir absorver (assimilar) o n-6 dessa alga para as suas células da derme; V) Organismos animais como o Krill e as Salpas são ricos em n-3. As fezes do tubarão-baleia (o que ele não aproveitou) também são ricas em n-3. Mas a derme do tubarão-baleia (o que ele assimilou) tem muito pouco n-3. Isto indica que o tubarão-baleia come esses animais, mas não consegue digerir e absorver a maior parte do n-3 que eles contêm, e por isso, esses ácidos gordos acabam nas fezes.
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