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As plantas carnívoras constituem um grupo de plantas que vive, frequentemente, em solos pobres em nitrogénio. As plantas capturam presas com as suas folhas, digerindo-as através da atuação de enzimas, segregadas para o exterior, o que lhes permite suprir a carência de nitrogénio.
Recentemente, uma equipa de investigadores descobriu que a evolução para o carnivorismo, que ocorreu independentemente em três espécies de plantas, uma asiática, uma americana e uma australiana, dependeu de alterações nos mesmos conjuntos de genes.
Num primeiro momento, foi sequenciado o genoma de Cephalotus follicularis, uma planta da Austrália que, como resultado da expressão diferencial de genes, tem folhas carnívoras, em forma de jarro, e folhas planas, não carnívoras, especializadas na atividade fotossintética. A comparação entre os genes que são transcritos nos dois tipos de folhas permitiu compreender as alterações associadas ao carnivorismo. Percebeu-se, por exemplo, que temperaturas mais elevadas promoviam o desenvolvimento de folhas carnívoras.
Num segundo momento, os investigadores compararam a constituição das proteínas digestivas presentes nos fluidos digestivos de C. follicularis com a constituição das proteínas presentes em outras duas plantas carnívoras (Nepenthes alata, asiática, e Sarracenia purpurea, americana). Os investigadores verificaram que a substituição de alguns aminoácidos durante a evolução destas proteínas originou, de forma independente, enzimas digestivas semelhantes.
Diversas proteínas vegetais que, nas plantas não carnívoras, constituem, por exemplo, defesas contra fungos ou outras pragas evoluíram para proteínas digestivas, como uma quitinase capaz de catalisar a destruição do polissacarídeo que constitui o exoesqueleto dos insetos.
Questão:
Ordene as expressões identificadas pelas letras de A a E, de modo a reconstituir a sequência correta dos acontecimentos relacionados com o carnivorismo em Cephalotus follicularis. Considere as relações de causa e efeito entre os acontecimentos.
A. Fusão de vesículas exocíticas com a membrana celular.
B. Maturação de proteínas no complexo de Golgi.
C. Absorção de nutrientes.
D. Degradação de substâncias complexas.
E. Transcrição do DNA associado à síntese de enzimas digestivas.
Comentários
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Ajustámos a resolução para explicar melhor! Antes de qualquer proteína ser produzida, a informação genética contida no DNA (que codifica as enzimas digestivas) precisa ser transcrita para mRNA. Este é o ponto de partida para a produção das enzimas. Após a transcrição e tradução das enzimas, as proteínas recém-sintetizadas precisam de ser processadas e maturadas no complexo de Golgi. As enzimas digestivas, uma vez maturadas, são empacotadas em vesículas exocíticas. Estas vesículas transportam as enzimas para fora da célula, fundindo-se com a membrana celular e libertando as enzimas para o exterior da folha. Depois de secretadas, as enzimas atuam sobre a presa. O texto menciona que as enzimas digerem a presa, degradando substâncias complexas como o polissacarídeo que constitui o exoesqueleto dos insetos (quitina, por exemplo). Após a degradação das substâncias complexas em moléculas menores (nutrientes mais simples), a planta pode então absorver esses nutrientes para suprir a carência de nitrogénio, como mencionado no texto.
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