Os dois picos mais elevados do Banco de Gorringe, Ormonde e Gettysburg, foram ilhas durante a glaciação Würm (100 000 a 10 000 anos). Na atualidade, estão, respetivamente, a 48 e a 28 metros de profundidade, na zona fótica (zona até onde chega a luz).
Os montes submarinos constituem um obstáculo à circulação das correntes submarinas, provocando a subida de águas profundas, ricas em nitratos e fosfatos, importantes para o crescimento do fitoplâncton.
No Banco de Gorringe, um local com elevada produtividade primária para um contexto oceânico, existe um ecossistema único, onde se registam 862 espécies.
Pensa-se que os montes submarinos que mais se aproximam da superfície, ao proporcionarem pontos de passagem nas rotas de migração de espécies, facilitam a sua dispersão nos oceanos.
O facto de espécies das faunas mediterrânica e africana terem colonizado os arquipélagos da Macaronésia – Canárias, Madeira e Açores – deve-se, pelo menos em parte, à existência do Banco de Gorringe e a eventos paleoclimáticos que provocaram variações paleogeográficas.
Uma das muitas missões científicas ao Banco de Gorringe, a LusoExpedição (2006), recolheu diversas amostras biológicas de peixes e de invertebrados marinhos. Em laboratório, estas amostras foram sujeitas a extração de DNA mitocondrial, herdado apenas da progenitora, com o intuito de determinar semelhanças e diferenças entre os indivíduos aí recolhidos e indivíduos recolhidos noutras áreas geográficas, nomeadamente na costa mediterrânica, na costa africana e nos arquipélagos da Macaronésia.
Os resultados obtidos permitem inferir relações filogenéticas e, cruzando-os com dados paleontológicos, pode ser estimado um relógio molecular para um determinado grupo de espécies.
A Figura 2 representa um exemplo de uma árvore filogenética.
Na árvore filogenética representada na Figura 2, as bifurcações significam que
Neste momento, não há comentários para este exercício.
Para comentar, por favor inicia sessão ou cria uma conta.