Texto 2
Integrada na Zona de Proteção Especial da Ria de Aveiro, a Pateira de Fermentelos é um importante local de alimentação e de reprodução para diversas aves aquáticas, nomeadamente para várias espécies de patos, como o pato-real (Anas platyrhynchos). A zona da pateira proporciona também refúgio e excelentes condições de desova para peixes como o barbo-comum (Barbus bocagei).
Em determinadas alturas do ano, extensos tapetes de jacinto-de-água (Eichhornia crassipes) formam uma massa densa, cobrindo a superfície da lagoa. O jacinto-de-água é uma planta aquática livre, flutuante, com raízes que podem atingir 60 cm de comprimento, que se reproduz sexuadamente, por sementes de pequeno tamanho, e assexuadamente, através do desenvolvimento lateral de estolhos. A partir do outono, as baixas temperaturas danificam as suas partes verdes, que acabam por secar e perder a capacidade de flutuação, levando à decomposição da planta.
A presença do jacinto-de-água inibe o crescimento do fitoplâncton nos sistemas aquáticos. No entanto, a sua capacidade de proliferação, de absorção de nutrientes e de bioacumulação¹ de contaminantes da água convertem esta planta numa ferramenta útil no tratamento de águas residuais.
Nota:
¹ Bioacumulação – processo de concentração de substâncias tóxicas, oriundas do exterior, nos tecidos de seres vivos expostos a ambientes contaminados.
Questão:
Explique de que modo a elevada capacidade de proliferação do jacinto-de-água conduz à redução da biodiversidade aquática da Pateira de Fermentelos.
Comentários
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Na pergunta, é pedido que expliques como o crescimento excessivo do jacinto-de-água pode afetar a biodiversidade aquática da Pateira de Fermentelos. Para responder corretamente, tens de relacionar a proliferação desta planta com as alterações que provoca no ecossistema aquático, especialmente no oxigénio disponível e nas cadeias alimentares. O jacinto-de-água é uma planta aquática flutuante que se reproduz com grande rapidez, cobrindo a superfície da água com extensos tapetes densos. Esta cobertura impede a penetração da luz solar, o que reduz a fotossíntese de organismos como o fitoplâncton (microalgas). Como a fotossíntese é responsável pela produção de oxigénio dissolvido na água, a sua redução leva à diminuição dos níveis de oxigénio, afetando negativamente peixes e outros seres vivos que dependem dele para sobreviver. Para além disso, o fitoplâncton é a base da cadeia alimentar aquática. A sua redução provoca escassez de alimento para os consumidores primários (como o zooplâncton), afetando também os consumidores secundários e superiores. Como consequência, há uma quebra nas cadeias alimentares e uma diminuição da diversidade de espécies, ou seja, uma redução da biodiversidade.
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