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Dificuldade: média

Os moluscos de água doce são, na atualidade, um dos grupos de seres vivos de invertebrados em perigo de extinção. Uma das espécies mais ameaçadas a nível nacional e mundial é o mexilhão-de-rio (Margaritifera margaritifera), que pode ser encontrado, em populações estáveis, em dois rios transmontanos, o Tuela e o Rabaçal. Estes bivalves requerem águas correntes saturadas de oxigénio e frias. Para este regime térmico, contribui a vegetação ripícola¹, constituída por várias espécies de plantas caducifólias², em particular o amieiro (Alnus glutinosa), que promove o ensombramento dos cursos de água.

O mexilhão-de-rio alimenta-se de organismos microscópicos e de partículas orgânicas que filtra da água quando esta passa pelas suas brânquias. Graças à ação de cílios, as partículas alimentares são encaminhadas para a boca e digeridas no estômago, através de reações catalisadas por enzimas. Os moluscos bivalves apresentam um sistema de transporte aberto e, em muitos casos, possuem uma proteína extracelular transportadora de oxigénio, a hemocianina.

O seu ciclo de vida (Figura 2) é bastante longo e complexo, comparativamente ao de outros invertebrados. Após a ocorrência da fertilização, as fêmeas libertam as larvas (gloquídios) para a coluna de água. Os gloquídios possuem uma estrutura em forma de gancho, com a qual se fixam às brânquias das trutas-de-rio (Salmo trutta), parasitando-as de forma obrigatória. Ao fim de alguns meses, os juvenis do mexilhão-de-rio libertam-se do seu hospedeiro e enterram se nos sedimentos do leito do rio, até atingirem a fase adulta.

Os amieiros estabelecem uma relação simbiótica com as bactérias da espécie Frankia alni, que se alojam e multiplicam em nódulos radiculares. Estas bactérias fixam o nitrogénio atmosférico, contribuindo para a sobrevivência das árvores em solos pobres e para a produção de folhas ricas em compostos nitrogenados, que, quando caem, servem de alimento aos invertebrados aquáticos. Estes invertebrados constituem, por sua vez, uma parte importante da dieta das trutas-de-rio.

Notas:

¹ Vegetação ripícola – espécies vegetais que se encontram ao longo das margens dos rios.
² Plantas caducifólias – plantas que perdem as folhas em determinada estação do ano.

Questão:

As células de Alnus glutinosa distinguem-se das de Salmo trutta por possuírem organelos

Fonte: Exame - 2023, 2ª fase
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(A) com RNA, que intervêm na síntese de moléculas proteicas.
(B) membranares, responsáveis pela oxidação de compostos orgânicos.
(C) microtubulares, que intervêm no processo de divisão nuclear.
(D) com DNA circular, responsáveis pela fixação de dióxido de carbono.


Comentários

Margarida Silva
Criado em 12/06/2024 19:17

Não consigo entender a resposta correta. Poderia me explicar?

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Márcia Seabra Margarida Silva
Criado em 15/06/2024 09:50

As células de Alnus glutinosa (células vegetais) distinguem-se das de Salmo trutta (células animais) por possuírem organelos com DNA circular, responsáveis pela fixação de dióxido de carbono. Pois nos cloroplastos o DNA é em forma circular, como em alguns procariontes (o que por si só já é uma diferença entre células vegetais e animais) e este está presente no estroma, onde ocorre a fase química da fotossíntese (ciclo de Calvin), onde é necessária a fixação do CO2 para a produção de matéria orgânica (glicose), que é então feita pelo DNA (coisa que não ocorre em células animais). Espero ter ajudado <3

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