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Em 1961, Marshall Nirenberg e James Matthaei foram os autores do primeiro grande avanço na decifração do código genético. Nas suas experiências utilizaram extratos celulares da bactéria Escherichia coli e oligonucleótidos sintéticos, em vez de mRNA natural, como informação padrão para a síntese proteica.
Com o extrato celular de E. coli, preparou-se um sistema de reação completo, com todos os componentes necessários à síntese proteica, incluindo um RNA sintético formado apenas com nucleótidos de uracilo (poli-U). Foram realizados vários ensaios, nos quais se testou individualmente cada um dos 20 aminoácidos. Para tal, o aminoácido testado encontrava-se marcado radioativamente.
Na Tabela 1, está registada a incorporação nas proteínas, em diferentes condições experimentais, do aminoácido fenilalanina marcado radioativamente. Aos ensaios 2 e 4 não foram adicionados, respetivamente, poli-U e ATP. No ensaio 3 foram extraídos os ribossomas. Os ensaios 5 e 6 e os ensaios 7 e 8 continham, respetivamente, os antibióticos puromicina e cloranfenicol e as enzimas hidrolíticas RNAase e DNAase.
Noutras experiências, Nirenberg e Matthaei mostraram que a síntese de um péptido constituído por resíduos do aminoácido lisina estava dependente da adição de poli-A, um RNA formado apenas com nucleótidos de adenina, ao sistema de reação; o mesmo acontecia com a adição de poli-C, um RNA formado apenas com nucleótidos de citosina, que era específico para a síntese de um péptido constituído apenas pelo aminoácido prolina.
Gobind Khorana, agraciado com o Prémio Nobel da Fisiologia ou Medicina em 1968, tal como Marshall Nirenberg, realizou diversas experiências que contribuíram definitivamente para a decifração do código genético. A partir de polímeros de ribonucleótidos, de sequência conhecida, demonstrou que a repetição de dois nucleótidos alternados n vezes, por exemplo (UC)ₙ, contém informação necessária à síntese do péptido (ser-leu)ₙ, em que UCU codificava a incorporação do aminoácido serina e CUC codificava a incorporação do aminoácido leucina.

Questão:
Estudos recentes mostram que a puromicina pode ser utilizada como agente antitumoral.
Explique, fazendo referência aos resultados registados na Tabela 1, por que razão a puromicina pode ser utilizável no tratamento de tumores.
Comentários
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Ajustámos a resposta para ficar mais simples. Só uma explicação adicional: A fenilalanina marcada radioativamente é usada como indicador da síntese proteica (como referido no texto). Durante esse processo, os ribossomas ligam aminoácidos, como a fenilalanina, para formar proteínas. Ao adicionarmos fenilalanina marcada ao sistema de reação, podemos medir a quantidade de proteína produzida com base na radioatividade incorporada. Ou seja: Muita radioatividade = muita fenilalanina incorporada = síntese proteica intensa Pouca radioatividade = pouca fenilalanina incorporada = síntese proteica inibida
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Portanto, na Tabela 1: quando a radioatividade é alta (ex: Ensaio 1), houve muita incorporação de fenilalanina e quando é baixa (ex: Ensaio 5 com puromicina), houve pouca incorporação, com inibição da síntese proteica
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