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A malária, causada por protistas parasitas intracelulares obrigatórios do género Plasmodium, é uma doença infecciosa que atinge anualmente mais de 200 milhões de pessoas. Estes parasitas têm um ciclo de vida complexo que inclui dois hospedeiros, o homem e os mosquitos do género Anopheles, como se representa na Figura 5.
Após a transmissão por picada de um mosquito infetado, os esporozoítos alojam-se no fígado e infetam as células deste órgão, chamadas hepatócitos, onde se reproduzem.
Nos últimos anos, investigadores do Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes (IMM), em Lisboa, têm tentado conhecer as várias estratégias usadas pelo parasita para invadir as células humanas. Recentemente, verificaram que os esporozoítos segregam uma proteína, a EXP2, capaz de criar poros na membrana dos hepatócitos, tornando-a permeável à entrada de Ca²⁺ e à saída de K⁺, mas não à entrada dos esporozoítos. Este fluxo de iões desencadeia, nos hepatócitos, a exocitose de uma enzima lisossomal, a esfingomielinase ácida, envolvida no processo de reparação da membrana celular. O processo de reparação ativa a endocitose, processo através do qual os esporozoítos entram nos hepatócitos.
Estas e outras descobertas abrem novas perspetivas no combate à malária, através do bloqueio ou da diminuição da infeção.

Questão:
Ordene as expressões identificadas pelas letras de A a E, de modo a reconstituir a sequência correta de acontecimentos relacionados com a infeção dos hepatócitos pelo Plasmodium.
A. Alteração da concentração de Ca²⁺ intracelular.
B. Fusão de lisossomas com a membrana dos hepatócitos.
C. Criação de poros na membrana celular dos hepatócitos.
D. Endocitose dos esporozoítos.
E. Maturação da EXP2 no Complexo de Golgi dos esporozoítos.
Comentários
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O ciclo de vida do Plasmodium, o parasita causador da malária, envolve a invasão das células do fígado (hepatócitos) pelos esporozoítos, crucial para o desenvolvimento da infeção. Vamos olhar agora para cada etapa: E) Maturação da EXP2 no Complexo de Golgi dos esporozoítos. A proteína EXP2, produzida pelo parasita, é processada e preparada (maturada) no seu Complexo de Golgi para ser secretada. Esta proteína funciona como uma "chave" produzida pelo parasita para entrar na célula do hospedeiro, que precisa de ser maturada dentro do próprio parasita antes de ser usada.
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C) Criação de poros na membrana celular dos hepatócitos. Após ser secretada, a EXP2 atua na membrana do hepatócito, criando poros – como se a "chave" abrisse "fissuras" ou "pequenas aberturas" na "parede" da célula do fígado. A) Alteração da concentração de Ca²⁺ intracelular. A formação destes poros provoca um influxo de iões cálcio (Ca2+) para o interior do hepatócito. Este aumento de cálcio é como um "alarme" que dispara dentro da célula do fígado, sinalizando uma perturbação.
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B) Fusão de lisossomas com a membrana dos hepatócitos. O disparo do "alarme" de cálcio desencadeia a fusão de lisossomas (estruturas que contêm enzimas de reparação) com a membrana do hepatócito, libertando o seu conteúdo. É como se a célula enviasse as suas "unidades de reparação de emergência" para o local da fissura. D) Endocitose dos esporozoítos. O processo de reparação da membrana ativado pelas enzimas libertadas acaba por "enganar" o hepatócito, levando-o a "engolir" o esporozoíto através de endocitose. A célula, ao tentar consertar a "parede", inadvertidamente puxa o parasita para dentro de si.
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