A região da Nazaré, localizada a cerca de 100 km a norte de Lisboa, é um dos locais mais conhecidos do mundo para a prática de surf.
A formação de ondas gigantes relaciona-se com a existência do Canhão da Nazaré. Este canhão é um vale submarino profundamente encaixado, limitado por grandes ravinas, que se formou como resultado da erosão e da existência da Falha da Nazaré. Esta falha terá sido uma falha normal, inclinada para norte, durante o Mesozoico, mas, no Cenozoico, passou a comportar-se como uma falha inversa.
Associados à Falha da Nazaré, ocorreram, no Canhão da Nazaré, dois sismos com magnitudes de 5,6 e de 4,1, em 26 de dezembro de 1962 e em 19 de agosto de 2016, respetivamente.
A Figura 1 apresenta a morfologia do Canhão da Nazaré com recurso a curvas batimétricas (linhas que unem pontos com igual profundidade). O canhão tem início a sudoeste do Forte de S. Miguel Arcanjo, a pouca distância da praia, e estende-se por mais de 200 km, de 50 metros a 4500 metros de profundidade.
A existência do Canhão da Nazaré tem consequências no hidrodinamismo, pois potencia a formação de grandes ondas, dependendo das características do vento e da agitação marítima.
A Figura 2 apresenta o mapa geológico simplificado da região da Nazaré. Em termos geológicos, na zona da Nazaré afloram calcários e rochas detríticas, e, em profundidade, existem evaporitos ‒ gesso e sal-gema. Todas estas rochas se depositaram na Bacia Lusitaniana, uma bacia de sedimentação que se formou na região oeste de Portugal, durante o Mesozoico.
A norte da Nazaré aflora, também, um filão cuja formação está relacionada com o Complexo Vulcânico de Lisboa-Mafra, que foi datado com cerca de 70 milhões de anos (Ma).
A rocha que constitui o filão que aflora junto ao Forte de S. Miguel Arcanjo tem cristais bem desenvolvidos de olivina, envolvidos por uma matriz formada por outros minerais, cujos cristais não são visíveis à vista desarmada.
Na rocha que constitui o filão, a matriz deve incluir cristais de
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