Texto 1
Durante o Paleozoico, ocorreu na região algarvia sedimentação marinha, que terminou há cerca de 299 milhões de anos (Ma) ‒ final do Carbonífero. Mais tarde, no final do Paleozoico, devido à colisão dos continentes Gondwana e Laurásia, que deu origem à formação do supercontinente Pangeia, os sedimentos sofreram dobramento, fraturação e metamorfismo.
Durante o Mesozoico (252 a 66 Ma), a fragmentação generalizada do supercontinente levou à formação da Bacia Lusitaniana (na zona oeste de Portugal), à formação da Bacia do Algarve, cuja área emersa se estende, atualmente, desde o Cabo de S. Vicente até ao rio Guadiana, e à progressão do Mar de Tétis para oeste. Por vezes, estabeleceu-se uma continuidade geográfica entre estas bacias de sedimentação, em especial durante o Jurássico (201 a 145 Ma), permitindo que a fauna marinha vinda do norte (boreal) e a fauna do Mar de Tétis (tetisiana) se misturassem.
Ao longo do Mesozoico, depositaram-se na Bacia do Algarve sedimentos essencialmente marinhos, que assentaram sobre rochas do Paleozoico. A unidade geológica mais antiga da bacia, designada como Argilas de S. Bartolomeu de Messines, é constituída sobretudo por argilas vermelhas, depositadas em ambientes fluviais ou lacustres. O afundimento de algumas zonas da região favoreceu a progressão do Mar de Tétis para oeste e possibilitou, há cerca de 200 Ma, a formação de gesso e do sal-gema explorado em Loulé.
Durante uma fase de rifting intracontinental, ocorreu ascensão de magma que deu origem ao Complexo Vulcano-Sedimentar, que aflora entre Sagres e Vila Real de Sto. António. Este complexo, formado por lavas essencialmente basálticas, cinzas vulcânicas, piroclastos e fragmentos da rocha encaixante, está incluído na chamada Central Atlantic Magmatic Province (CAMP). Apresenta uma idade de aproximadamente 200 Ma e aflora em quatro continentes: América do Norte, América do Sul, Noroeste de África e Sudoeste da Europa.
Há cerca de 92 Ma, a movimentação da África levou à subdução da litosfera oceânica sob a Eurásia, que culminou com o fecho do Mar de Tétis. Este processo causou as deformações alpinas na Eurásia, que se propagaram de este para oeste, vindo a afetar os depósitos de sal-gema de Loulé.
A Figura 1 representa a evolução paleogeográfica dos continentes durante o Mesozoico.

Questão:
Ordene as expressões identificadas pelas letras de A a E, de modo a reconstituir a sequência correta de acontecimentos relacionados com a evolução geológica da região do Algarve.
A. Formação do supercontinente Pangeia.
B. Deposição de sedimentos nos mares paleozoicos.
C. Formação da unidade geológica Argilas de S. Bartolomeu de Messines.
D. Fecho do Mar de Tétis.
E. Ocorrência do vulcanismo da CAMP.
Comentários
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Está em linha com o que é descrito no texto: B. Deposição de sedimentos nos mares paleozoicos. O texto começa por dizer: "Durante o Paleozoico, ocorreu na região algarvia sedimentação marinha, que terminou há cerca de 299 milhões de anos (Ma) ‒ final do Carbonífero." Isso significa que a deposição de sedimentos marinhos foi a primeira coisa a acontecer, ainda no Paleozóico. A. Formação do supercontinente Pangeia. Logo a seguir, o texto continua: "Mais tarde, no final do Paleozoico, devido à colisão dos continentes Gondwana e Laurásia, que deu origem à formação do supercontinente Pangeia..." Isto aconteceu depois da deposição dos sedimentos paleozoicos, mas ainda no final do Paleozóico. C. Formação da unidade geológica Argilas de S. Bartolomeu de Messines. O texto diz que no Mesozoico (que vem depois do Paleozoico), após a fragmentação da Pangeia, formou-se a Bacia do Algarve e que "A unidade geológica mais antiga da bacia, designada como Argilas de S. Bartolomeu de Messines, é constituída sobretudo por argilas vermelhas, depositadas em ambientes fluviais ou lacustres." Como é a "unidade geológica mais antiga da bacia" e a bacia se formou no Mesozoico, isso aconteceu no início do Mesozoico, após a Pangeia ter começado a fragmentar-se. E. Ocorrência do vulcanismo da CAMP. O texto refere que este vulcanismo "Apresenta uma idade de aproximadamente 200 Ma". Se olharmos para a Figura 1, 200 Ma é o tempo em que a Pangeia já está a fragmentar-se e o Mar de Tétis está a progredir. Este vulcanismo está associado a essa fragmentação. D. Fecho do Mar de Tétis. Finalmente, o texto afirma: "Há cerca de 92 Ma, a movimentação da África levou à subdução da litosfera oceânica sob a Eurásia, que culminou com o fecho do Mar de Tétis." 92 Ma é a data mais recente mencionada para um acontecimento, o que o coloca por último na sequência.
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