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Dificuldade: fácil

A Bacia Lusitaniana, localizada na orla ocidental ibérica, formou-se, durante o Mesozoico, num contexto tectónico distensivo associado às primeiras fases de abertura do Atlântico Norte.

As unidades sedimentares mais antigas da Bacia Lusitaniana depositaram-se em ambiente fluvial continental. Numa etapa posterior, a bacia sofreu invasões marinhas episódicas, tendo-se formado uma sequência, conhecida por Margas de Dagorda, composta essencialmente por argilitos, por sal-gema (principalmente NaCl) e por gesso (CaSO4 hidratado). Seguiu-se uma etapa em que a instalação de condições marinhas mais francas propiciou a formação de rochas predominantemente carbonatadas (incluindo calcários). À sedimentação carbonatada sucedeu-se a deposição de unidades predominantemente detríticas, constituídas por arenitos e argilitos.

O sal-gema e o gesso, cujas densidades são inferiores às das rochas que estão por cima, migraram para a superfície através de falhas formando anticlinais diapíricos como o das Caldas da Rainha, o maior diapiro salino¹ aflorante na orla ocidental portuguesa. A erosão dos evaporitos deu origem ao vale das Caldas da Rainha, uma depressão onde se individualizam, atualmente, diversas colinas de rochas carbonatadas e alguns relevos formados por rochas ígneas intrusivas melanocráticas.

A região das Caldas da Rainha é conhecida pelas suas águas termais. Estas águas, com origem na precipitação atmosférica, infiltram-se através de falhas na Serra dos Candeeiros podendo atingir 1600 m de profundidade. Subterraneamente, circulam ao longo do sinclinal Alcobaça-Bombarral, emergindo no bordo oeste desta estrutura, junto a uma falha.

Na Figura 1 está representado um corte do sinclinal Alcobaça-Bombarral, em cujos bordos se localizam os anticlinais das Caldas da Rainha e da Fonte da Bica (Rio Maior).

Nota:

¹ Diapiro salino – estrutura geológica que tem no seu núcleo rochas muito viscosas, que ascendem na crusta por serem menos densas do que as rochas que estão por cima.

Questão:

As águas mineralizadas das Termas das Caldas da Rainha são classificadas quimicamente como sulfurosas cloretadas sódicas e emergem, na nascente, a uma temperatura aproximada de 33 ºC.

Justifique as características das águas das Termas das Caldas da Rainha.

Fonte: Exame - 2020, Época especial
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Comentários

Adriana Rafaela Sousa
Criado em 11/06/2025 23:01

percebi, obrigada

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Adriana Rafaela Sousa
Criado em 11/06/2025 18:18

não percebi... como chegava a esta resposta??

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Mestre Panda Adriana Rafaela Sousa
Criado em 11/06/2025 20:52

A pergunta pede para "Justificar as características das águas das Termas das Caldas da Rainha". Isso significa explicar por que elas são quentes (33ºC) e por que são "sulfurosas cloretadas sódicas". Deves começar por analisar o texto à procura de palavras relacionadas com a temperatura (ex. temperatura, quente, termal, profundidade, etc). O texto diz: "Estas águas, com origem na precipitação atmosférica, infiltram-se através de falhas na Serra dos Candeeiros podendo atingir 1600 m de profundidade. Subterraneamente, circulam ao longo do sinclinal Alcobaça-Bombarral, emergindo no bordo oeste desta estrutura, junto a uma falha." Se a água vai a grandes profundidades (1600 m), é natural que aqueça. A crosta terrestre tem um gradiente geotérmico (fica mais quente à medida que se desce).

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Mestre Panda Mestre Panda
Criado em 11/06/2025 20:57

Depois tens também que analisar o texto à procura de pistas sobre a composição química ("sulfurosas cloretadas sódicas") (ex. minerais, dissolver, composição, etc). O texto menciona: "formou-se uma sequência, conhecida por Margas de Dagorda, composta essencialmente por argilitos, por sal-gema (principalmente NaCl) e por gesso (CaSO4 hidratado). E diz: também "O sal-gema e o gesso... migraram para a superfície através de falhas formando anticlinais diapíricos como o das Caldas da Rainha..." E a Figura 1 mostra as "Margas de Dagorda" e como as águas circulam pelo sinclinal Alcobaça-Bombarral, onde estas rochas estão presentes. Assim, concluis que durante o seu percurso subterrâneo (especialmente no sinclinal Alcobaça-Bombarral), a água entra em contacto com as rochas da formação "Margas de Dagorda", que contêm sal-gema (NaCl) e gesso (CaSO₄). Ao dissolver estes minerais, a água adquire os iões de sódio, cloreto e sulfato, que lhe conferem as características de "sulfurosa cloretada sódica".

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